30 maio 2011

Lançamento de Velas na Tapera - Carlos Correia Santos

VELAS NA TAPERA
Um romance de Carlos Correia santos

SINOPSE LONGA

São muitas as sagas que essa sem fim vastidão de verde chamada Amazônia já acalentou entre suas folhas. Epopéias em torno de estradas de ferro, rasgar de rodovias megalômanas, corrosivas corridas em busca de ouro. Sagas que não cessam de manter iluminada a imaginação de pesquisadores e ficcionistas. No entanto, poucas velas têm sido acesas em torno de um dos mais impressionantes episódios vividos por essa imensidão ecossistêmica: o gigantesco intento chamado Companhia Ford Industrial do Brasil. Entre 1928 e 1946, a poderosa Henry Ford Motores e Cia ergueu e manteve em meio à mata brasileira os núcleos urbanos conhecidos como Fordlândia e Belterra. Situadas na margem direita do Tapajós, as cidades foram projetadas para acolher amplos seringais destinados a produzir a borracha tão cobiçada pela linha de montagem da célebre empresa automobilística. Todavia, impiedosamente vitimadas pelo Mycrocyclus ulei, as plantações ruíram e fizeram secar o sonho americano no colo da floresta. Uma vez extinto o projeto, todas as promessas de prosperidade para a região apagaram-se friamente.

É pela decadência do ousado cenário imaginado e relegado por Henry Ford I que transitam os seres de “Velas na Tapera”. É por entre o silêncio do abandono que vagam todas as criaturas que cercam, sem luz, uma tal mulher chamada Rita Flor. A mãe viúva-órfã que arrasta, junto à barra de seu atemporal vestido preto, um luto que não é só seu. Um luto que está em tudo a sua volta. A mãe viúva-órfã que se vê incendiada por um milagre e cruza o inimaginável para manter intacta a chama de sua convicção.

No início da trama, a jovem viúva Rita Flor enterra sua única filha, a pequena Saninha. Louca por ter perdido tudo na vida, a personagem tranca-se em sua tapera e acende velas. Velas e mais velas. Um grande incêndio se dá. As labaredas ameaçam engolir a transtornada mulher. Ela desmaia. Hora depois, numa guinada absolutamente misteriosa, desperta no seio da mata. Por entre o verde acinzentado da noite na floresta, os restos de sua casa ainda em brasa. Mas como? Quem a salvou? Quem a tirou da tapera em chamas? Sua filha. Só pode ter sido o espírito de sua filha. Um milagre. Tudo foi um milagre. Assim, a jovem põe na cabeça: tem que construir uma capela para sua criança. Rita, então, inicia uma angustiante jornada em plena decadência de Fordlândia. Na interseção dos fatos, uma constatação perturbadora: só haverá um modo de conseguir dinheiro para erguer a ermida de sua menina milagreira: prostituir-se. Na esteira da insana odisséia pessoal de Rita, personagens catequizados pelo desalento e pelo abandono.

"Velas na Tapera" tem prefácio de José Louzeiro, um dos maiores nomes da Literatura Brasileira, autor de Pixote e Lúcio Flávio - O Passeiro da Agonia, introdutor, na cena nacional, do romance jornalístico. O livro tem ainda orelhas assinadas por Olga Savary, poeta pioneira da poesia erótica e dos hai-kais no Brasil, prima de Carlos Drummond de Andrade.

SOBRE CARLOS CORREIA SANTOS

Poeta, contista, cronista, dramaturgo, roteirista e romancista, Carlos Correia Santos tem feito da diversidade uma grande marca de sua carreira. É escritor vencedor do Prêmio Dalcídio Jurandir 2008, na categoria romance, com a obra "Velas na Tapera", concurso de vulto nacional criado para celebrar o centenário do romancista Dalcídio Jurandir. É autor do premiado livro de poemas “O Baile dos Versos”, obra que ganhou especial saudação da Academia Brasileira de Letras, em 1999. Também são de sua autoria as obras “Poeticário” (poemas), “No Último Desejo a Carne é Fria” (coletânea de contos), “Nu Nery” (teatro), Ópera Profano (teatro / Prêmio Cidade de Manaus) e “Batista” (teatro).

Como escritor na área de artes cênicas, coleciona importantes láureas regionais e nacionais, como a tripla classificação no Edital Estadual de Fomento às Artes Cênicas 2008, da Secretaria de Cultura do Estado do Pará (Prêmio Cláudio Barradas) com os espetáculos “Adoro Theodoro”, “Duelo do Poeta com Sua Alma de Belo” e “Uma Flor Para Linda Flora”, o Prêmio IAP de Edições Culturais Categoria Dramaturgia (2008), o Prêmio IAP de Literatura Categoria Teatro (2004), o Prêmio Funarte de Dramaturgia por três anos consecutivos (2003, 2004 e 2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Fomento ao Teatro (2005), o Prêmio Funarte Petrobras de Circulação Nacional (2006) e o Edital Seleção Brasil em Cena do Centro Cultural Banco do Brasil.

Incluídos no Catálogo da Dramaturgia Brasileira da renomada autora Maria Helena Kühner (iniciativa detentora do Prêmio Shell), seus textos teatrais já ganharam diversas montagens e já foram apresentados em Belém, São Luís, Natal, Recife, Camaçari, Piracicaba, São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

Suas peças já foram traduzidas para o francês e espanhol. Importantes artistas brasileiros, como Stella Miranda (que interpreta a síndica do humorístico "Toma La, Dá Cá", de Miguel Falabella, exibido na TV Globo), já assinaram direção de suas obras.

Em 2009, foi o autor vencedor da categoria dramaturgia, com o texto “Não Conte com o Numero Um No Reino de Numesmópolis”, do III Concurso Literatura para Todos, promovido pelo Ministério da Educação.

É o dramaturgista do projeto Solo de Marajó, que marcou o retorno aos palcos do ator e diretor Cláudio Barros. A montagem do monólogo, inspirado na obra do romancista paraense Dalcídio Jurandir, contou com a direção de Alberto Silva Neto, iluminação de Patrícia Gondim, cenografia de Nando Lima e produção de Milton Boulhosa.

No cinema, foi agraciado com o Prêmio do Edital Curta Criança do Ministério da Cultura. Também violinista e letrista, Correia é parceiro de importantes nomes da música nortista, como Nilson Chaves e Lucinha Bastos. MBA em Jornalismo e Gestor e Produtor de Eventos Culturais, formado pela Universidade da Amazônia, já coordenou diversos e bem sucedidos projetos de fomento à leitura na região Norte, como o “Café com Verso e Prosa” e o “Estrada de Letras”. É presidente da ONG Companhia Amazônica do Livro. Assina a seção Contando Um Conto, no jornal paraense O Liberal (um dos maiores da região Norte) e Portal ORM. É colaborador, com seus contos, do jornal O Estado do Acre e dos sites BV News (Roraima), Amapá Digital (Amapá), Manaus On Line (Manaus), Madeira On Line (Rondônia) e Timor On Line (Timor Leste).


Alguns testemunhos sobre seu trabalho:

“Seu teatro prima pela criatividade e expressividade do texto. Sem nenhum exagero e muito menos bajulação, eu o considero um dos maiores talentos da nova dramaturgia brasileira” (José Louzeiro, célebre romancista brasileiro, autor de obras como “Lúcio Flávio: O Passageiro da Agonia”)


“Carlos Correia Santos é pombo correio da poesia. Por isso tem a palavra poeta tatuada na palma da mão”. (Mano Melo, ator e poeta, fez parte do projeto Ver o Verso, ao lado de Pedro Bial).

“Um criador profundo, com forte, rara e inegável vocação para a dramaturgia (...) merece todo o apoio que lhe possa ser dado pelas entidades e pessoas interessadas na arte e na cultura do Brasil”. (Joaquim Assis, roteirista dos filmes “O Toque do Oboé” com Paulo Betti, “For All – O Trampolim da Vitória”, com Betty Faria e José Wilker e “Villa-Lobos: Uma Vida de Paixão”, com Antônio Fagundes e Marcos Palmeira)

“Da complexidade do ser, da própria solidão e solidariedade do ser humano, da sua simplicidade e estranheza, são realizados os textos de Carlos Correia Santos, seja na poesia, nos contos ou no teatro. Sua dedicação à cultura e à Arte faz deste autor paraense, deste grande brasileiro, um candidato constante às premiações importantes nas áreas citadas: poesia, ficção, peças teatrais. Assisti com orgulho à premiação obtida por ele no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, em 2006. Carlos Correia Santos destacou-se entre dezenas e dezenas de concorrentes”. (Olga Savary, poeta, contista, tradutora e organizadora de antologias, uma das introdutoras do hai-kai no Brasil)

“Dentre nossos novos autores, há um que, surgido há bem dizer ontem, a meu ver já nasceu adulto, sobrelevando-se aos demais, quer pelo número de peças escritas, quer, sobretudo, por suas qualidades, por seu alto nível. (...) Seu nome: Carlos Correia Santos, um nome a se guardar com todo o carinho e com o maior respeito, a se aplaudir estrepitosamente”. (Cláudio Barradas, ator e diretor, um dos nomes mais basilares do Teatro nortista. Formou gerações de artistas atualmente fundamentais para a cena cultural amazônica)

“É muito bom ter um parceiro de sua grandeza” (Nilson Chaves, importante cantor e compositor amazônico, parceiro de Carlos Correia Santos e de nomes relevantes para o cenário nacional como Zeca Baleiro).

“Também a minha admiração (...) pelo seu trabalho se renova sempre e cada alegria sua é de todos nós que amamos o verde dessas folhas e o barrento desses rios”. (Vital Lima, importante cantor e compositor amazônico, parceiro de nomes relevantes para o cenário artístico nacional como Hermínio Bello de Carvalho)

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